quinta-feira, 20 de junho de 2013

III PICNIC VITORIANO DE SÃO PAULO

Créditos: Fotografia da revista São Paulo, Folha.


É com alegria quer convidamos todos para nosso maior evento anual. 

O III Picnic Vitoriano São Paulo será no dia 28 de julho, domingo.

Informações sobre o grupo e perguntas frequentes



1- Detalhes da Programação:

12h - Estaremos na Serraria do Parque. 
Recepção dos convivas, discurso conciso da organização do evento sobre Revivalismo.

Foto da Serraria do Parque Ibirapuera:

13h - O convescote estará disposto em um círculo com os mantimentos, porém os convivas poderão ficar em seus próprios cantos. 

15h - Nosso tradicional sarau. Leve suas poesias e músicas. 
 
16h - Mais uma vez teremos a esgrima renascentista da Frater Pendragon:



2- Regras e Normas do Evento:

Veja com atenção essa postagem:

Guia de utensílios domésticos para eventos

Copos e guardanapos descartáveis serão proibidos. Incentiva-se que as pessoas levem copos e taças de vidro, guardanapo em tecido, cestas de vime etc... Bebidas alcóolicas estão proibidas. Em nosso grupo montaremos uma lista e nos organizaremos, participe do Grupo PVSP no Facebook.



3- Dresscode:
Dresscode como sempre é obrigatório, porém muito amplo.
No campo histórico: 
  • Idade Média;
  • Renascimento;
  • Barroco;
  • Rococó;
  • Diretório, Império e Regência;
  • Romantismo;
  • Era Vitoriana;
  • Era Eduardiana e Primeira Guerra Mundial


No campo das releituras e estilos revivalistas: 
  • Lolita/ Ouji;
  • SteamPunk;
  • Romantic Goth;
  • e Inspirações nas épocas acima.
    Dúvidas sobre o que vestir, acesse a sessão HISTÓRIA DA MODA, nossos TUTORIAIS e consulte nossas lojas parceiras: ADQUIRA TRAJES.
  • Os melhores trajes serão premiados. Aguarde o regulamento do concurso. 

4- Fotógrafos:

    Permitida a presença de fotógrafos e imprensa. Porém, pede-se cadastro prévio por email: picnicvitorianosp@gmail.com. Leia mais AQUI.



5- Como chegar?



 Os portões 6 e 7 são os acessos mais próximos.


6- Lojas Patrocinadoras:

Josette Blanchard Ateliê
Dark Fashion
Devas Acessórios

7- Apoio:

Real Gothic Brasil
História da Moda
Meu Ser Desigual
'Stamos Kilts
Moda de Subculturas
Poesia Retrô


8- Lojas que premiarão trajes:

Regras da Premiação no blog (em breve link)

Josette Blanchard Ateliê
Devas Acessórios
Belladonna
Coletes Herr Ström

La Sorciére Corsets (premiará durante o evento)
A organização do PVSP também premiará.

9- DÚVIDAS: 


picnicvitorianosp@gmail.com


Facebook


DICAS BÁSICAS PARA A REPRODUÇÃO DE UM TRAJE HISTÓRICO

Vocês devem ter lido nossa postagem sobre Os 7 Pecados Revivalistas, uma brincadeira com os erros mais comuns em reproduções de trajes.
Nesta postagem vamos dar algumas dicas básicas para a reprodução de um traje histórico que não diferem muito dos tópicos dos "7 pecados" pois não há como fugir do óbvio quando se cria roupas de época: silhueta + tecido + acessórios. 
Haverão variações do mesmo tema seja neste post ou em outros que você encontrará na internet, pois estes são requisitos básicos para reproduções ou réplicas.

A primeira coisa a fazer é escolher um traje que você gostaria de reproduzir. Pode ser de uma obra de arte, de uma fashion plate, de uma ilustração ou uma fotografia. A seguir, você deve prestar atenção à:

Silhueta
É a primeira coisa que você tem que observar na roupa e o que define as épocas.
- Veja de que data é a roupa e pesquise muito sobre a época.
- A roupa precisa ter a forma característica da época e isso muitas vezes é conseguido pela underwear, então as roupas de baixo são tão importantes quanto as roupas de cima.
- Cintura: repare onde é a cintura da silhueta. Um pouco acima, um pouco abaixo... No caso feminino 1804 era logo abaixo dos seios; em 1830 alguns centímetros acima da cintura e em 1860 era exatamente no lugar.
- Como era o busto? Coberto, decotado (em qual formato?), achatado, ultra decorado?
- Ombros e mangas?
- Comprimento da saia? Longas, no tornozelo?
- Formato das calça ou altura delas?
- Meias?
- Babados, bordados? (também representam épocas) 

Moldes: os moldes antigos eram um pouco diferentes dos atuais, então, o ideal é encontrar um molde da época em que seu traje foi feito para ter como referência. Algumas buscas na internet podem te redirecionar à algumas imagens deles. Se você mesmo não for costurar o traje, repasse a imagem do molde à sua costureira, ela vai interpretar. 

Dicas:
-Notar seu tipo de corpo e ver com qual época ele se parece independente de tal época ser sua preferida. Provavelmente você terá mais facilidade em acertar na silhueta do traje já que seu próprio corpo se assemelha à ela.
- Proporção: no caso de reproduções do século XIX, repare no tamanho dos aros da crinolina e do bustle em relação à seu tamanho e figura. A proporção é algo que pode ser legal levar em consideração quando se faz um traje.
- Se você quer criar a ilusão de uma cintura pequena, deve projetar os ombros e quadris no traje.
- Os trajes masculinos a partir da Era Vitoriana são muito parecidos com os trajes sociais atuais, então essa é uma época relativamente fácil de reproduzir.


Corsets
Como escolher o seu modelo de corset?
 
Compre um modelo da época que você quer reproduzir o traje. Envie uma imagem de seu traje para sua corsetmaker e conversem  sobre o assunto.
Como era o modelo de corset de sua época escolhida? Eram abertos na frente, atrás ou na lateral? Qual é o formato dele e dos corpetes que eram usados por cima? 


Se não tiver interesse em ter um corset de uma época específica, opte por um modelo simples e básico que possa ser usado pra tentar reproduzir várias épocas.

Atenção: em cada época o corset tinha uma função; o Tight Lacing - técnica de diminuição da cintura através de corset - foi praticado durante o século XIX e por poucas mulheres. A cintura da maioria das mulheres da época era em torno de 60cm, um tamanho normal de uma mulher tamanho P. Era a amplitude das saias e o fato de serem ajustadas em cima que davam a impressão de cintura menor.

Tecidos
Pesquise o tecido usado no traje escolhido. Se não houver a informação na imagem de referência, pesquise que tecidos eram usados naquela época. Provavelmente serão tecidos naturais pois não haviam sintéticos. Alguns dos tecidos mais usados eram: seda, algodão, veludo de seda, cetim de seda, tafetá de seda, adamascados, brocados, linho. Tecidos naturais são mais caros. Se não puder  ou não quiser pagar tanto, é possível encontrar tecidos sintéticos similares bem baratos, mas tente escolher aqueles com aparência mais "rica", de melhor qualidade. Um tecido muito barato pode estragar completamente o visual de seu traje. 
Por exemplo, se escolheu uma peça que era originalmente de tafetá de seda (seda é tecido natural), escolha um tafetá sintético, mas pesquise as variedades pois existem diversos tipos de tafetás sintéticos e de diversas qualidades. Use a sensatez para escolher o que mais se parece com o traje escolhido.

Acessórios
Seu traje está incrível mas você simplesmente prende o cabelo pra trás. Ou, no caso dos homens, usa seu cabelo "ao natural". Não deixe para planejar os penteados e acessórios na última hora. Penteados, chapéus, barba/bigode, luvas, leque, sombrinha, calçados, brincos, colares e até mesmo a maquiagem também definem épocas.

Dicas:
- Seu cabelo não permite penteados? É muito curto ou tingido em cores fantasia? Opte por perucas.
-  Bigodes e barbas são boas opções para os homens.
- Abaixo uma imagem postada recentemente em nosso grupo no Facebook: diversos tipos de chapéus masculinos do século XIX.



Peças Básicas
Selecionamos algumas peças básicas que você precisa ter para compor um traje histórico:

Mulheres:
1 espartilho - básico e com um corte "neutro" que servirá pra muitas épocas;
2 anáguas (dão volume e evitam que o tecido entre nas pernas);
1 chemise branca (servirá como underwear de várias épocas);
1 bloomer/pantalette (além de volume, protege as pernas do atrito com as armações de saia;
1 meia calça branca (a partir da Era Medieval, as pernas estavam sempre cobertas com meias).



 

 

Homens
1 chemise branca (servirá como underwear de várias épocas);
1 camisa branca (poderá ser usada para século XVIII e XIX);
1 colete de alfaiataria (para reproduções do séc. XIX) ou um colete de brocado para século XVIII;
1 calça social (para reproduções do séc. XIX);
1 meia calça (dependendo da cor pode ser usada na era medieval, barroca ou rococó);
1 chapéu.







* Fontes de Pesquisa usadas para este post e para o dos 7 pecados:
- A Pratical Guide for Costume Mounting
- http://www.erasofelegance.com/fashion/sewing.html
- http://www.aidan-campbell.co.uk/textiles.htm
- http://www.historicalseamstress.com/
- http://www.historyinthemaking.org/
- http://www.koshka-the-cat.com/ 
- http://www.replicawarehouse.co.uk
- http://historicalsewing.com/the-biggest-mistake-costumers-make
-  

quarta-feira, 19 de junho de 2013

OS 7 PECADOS REVIVALISTAS: TRAJES HISTÓRICOS

As dicas abaixo são referentes à tentativa de reproduções e réplicas de trajes históricos e não são válidas para criação de releituras.
Fizemos uma brincadeira com os "sete pecados capitais".

QUAIS SERIAM OS SETE PECADOS REVIVALISTAS EM TRAJES HISTÓRICOS?

1º Pecado: Silhueta histórica incorreta
A silhueta deve ser a primeira coisa observada por você num traje histórico.

O que é uma silhueta? 
É a forma como o corpo aparenta trajado, alterado com a adição de itens. 
Por exemplo: a silhueta feminina de 1860 (early victorian) tinha ombros pequenos e quadris imensos aumentados artificialmente com crinolina. Já a silhueta Império é reta, com um recorte abaixo do busto e saia solta e leve sem nenhum artifício de volume. 

Acima: Silhueta da Era Vitoriana Inicial e Silhueta Império.

Exemplo de diferentes silhuetas masculinas: a silhueta masculina renascentista tinha ombros largos e "bermudas bufantes" (trunk hose) já a silhueta masculina do começo da Era Vitoriana, tinha cintura fina (algumas vezes com ajuda de corsets), ombros largos e calças justas.


Se você acha que é um pouco difícil criar silhuetas históricas muito diferentes do seu biotipo, procure escolher uma silhueta histórica que seja semelhante à sua silhueta natural. 
Se você tem corpo ampulheta, a Era Vitoriana pode ser uma boa escolha. Se você tem o busto grande, porque não tentar a Bélle Epoque?
E os homens? Altos ficam muito bem de Renascimento e Medieval; baixos, qualquer época do século XIX e se você é o gordinho, o fim da Era Vitoriana e a Era Eduardiana favorecem seu biotipo.


2º Pecado: Corset por cima da roupa/Underwear inadequada
Não é apenas a silhueta que faz uma roupa parecer autêntica mas também o uso adequado das roupas de baixo. 
O corset (espartilho), por exemplo, é underwear e lingerie. Corsets usados de forma aparente só foram assim usados a partir do fim do século XX pelas subculturas. Há raros exemplos de corselets usados por cima da roupa em fins do século XIX, servindo como "cintos" mas sempre havia um espartilho usado junto como underwear. Se deseja entrar no dresscode de reconstrução de traje histórico, o espartilho deve estar por baixo da roupa e ser de acordo com a época escolhida.
Além do espartilho, estas foram algumas das roupas de baixo usadas para dar a silhueta de cada época:
- Farthingale 
- Panier
- Crinolina 
- Bustle 
- e peças como anáguas e o bloomer.
Temos uma loja parceira que confecciona estas peças (Josette Blanchard Ateliê) e há também tutoriais encontrados na web.

A bonequinha feita por Mara Sop, do site Fashion on Line, está usando um traje Early Victorian com um corset por cima da roupa! Numa reprodução ou réplica histórica, o corset é sempre underwear. Corset por cima da roupa é usado em releituras!


 
3º Pecado: Escolha incorreta de tecidos/estampas
As referências em trajes revivalistas costumam ser da elite, sendo assim os tecidos costumam ser de ótima qualidade. Se você tem pouco dinheiro, não se preocupe, basta procurar um bom tecido com preço acessível. Embora antigamente não existissem tecidos sintéticos, atualmente há sintéticos de boa qualidade que não parecem tão sintéticos assim e podem ser usados pra réplicas. Na dúvida, opte por tecidos naturais.

Mulheres: Vá na loja de tecidos e procure por tecidos 100% Algodão (tricoline), cetim de boa qualidade (evite os cetins fantasia), tafetás diversos, linho com poliéster, seda, rendas, veludos ou brocados. 
Vamos tomar como exemplo este vestido feito em veludo, seda e renda: suponhamos que você queira fazer uma réplica dele. Você pode usar no lugar da seda verdadeira - que é cara - um cetim ou um brocado de boa qualidade.

 

Para os homens:  se deseja um traje vitoriano, vá na loja de tecido e pergunte por tecidos de alfaiataria. Normalmente são algodões de várias gramaturas (espessuras) e texturas. Para trajes Rococó, seda, cetim, brocado. Medieval: veludo, algodão monocromático...



Para ambos os sexos:
Evite tecidos com muito brilho pois naquela época, o que costumava brilhar era ouro! Não havia sintéticos como lamê. Sempre que possível evite os tecidos muito sintéticos como oxford, nylon, mas se não for possível evitá-los, tente escolher os mais próximos possíveis de uma aparência natural. Evite também jeans e tecidos muito pesados. O tecido errado pode dar uma aparência inferior ou "não histórica" ao seu traje.

Estampas: Se não tiver em mente algo muito específico, como a reprodução de um determinado traje histórico, evite estampas. É perigoso comprar a estampa errada (ou inadequada para a época escolhida) e estragar todo o traje. Alguns desenhos de estampa são muito modernos.
Se deseja usar estampa de flores para a época Rococó, opte por estampas florais miúdas ou médias. Flores grandes apenas para a Era Elizabetana, preferencialmente em brocados.

Estampa de traje do século XVIII e estampa que seria considerada "muito moderna e brilhante" para tentar reproduzi-lo:


Já esta estampa, com tons mais pasteis seria uma boa opção.


Cores: Basicamente todas são permitidas: azuis, vermelhos, amarelos, rosas, brancos, verdes... Mas vale ressaltar que em algumas épocas, mulheres solteiras usavam determinadas cores e casadas outras (há algumas informações sobre isto nos posts de cada época no blog História da Moda).
Também houve modas de cores especificas durante alguns períodos, o preto costumava ser reservado ao luto especialmente na Era Vitoriana, listras e xadrez tiveram seus momentos de tendência mas não eram tão comuns. Por isso, fazer uma pesquisa história do período do traje escolhido é muito importante. Se tiver dúvidas, contate-nos por email.

4º Pecado: Falta de ornamentação
Acessórios eram muito importantes antigamente, algumas vezes usados até dentro de casa. Eles definiam até mesmo a classe social das pessoas.
Chapéus, acessórios de cabeça ou penteados são praticamente obrigatórios, exceto em situações específicas não era comum uma dama ou um lord andar sem estes componentes visuais. Alguns acessórios são: chapéus diversos (consultar a época de seu traje), luvas, leque, jóias.

Reparem nesta bonequinha feita por Mara Sop, do site Fashion on Line, ela está usando um traje Belle Époque, uma época super ornamentada <-- clique para conferir - o traje, está perfeito, mas a falta de acessórios não caracteriza a época...



... vamos comparar a bonequinha com esta imagem de um traje da época. Veja quantos acessórios e ornamentos: chapéu, penas, sombrinha, rendas... Diferença impressionante, não?



Calçados:  Você pode procurar em brechós ou bazares modelos semelhantes aos históricos e reformá-los com o mesmo tecido usado em seu vestido. Tutoriais simples na web ensinam como colar um tecido sobre o couro. Coloque o artesanato em prática.

Bordados: Se souber fazê-los ou conhecer alguém que os faça, são muito bem vindos, especialmente em trajes do século XIX. Em armarinhos é possível encontrar bordados prontos em pedaços de tecidos, em fitas ou em rendas.


5º Pecado: Cabelos e/ou maquiagem em desacordo
Continuação do tópico acima, sobre a falta de ornamentação.
Se não puder ou não encontrar um chapéu, peruca ou algo que represente o período histórico escolhido, faça um penteado simples próximo ao da época escolhida.
Quanto à maquiagem, pó, blush e batom estiveram presentes em vários momentos da história. Mas cuidado! A Era Vitoriana era super puritana e maquiagem não era usada! Isso mesmo: as mulheres vitorianas tinham a "cara lavada". 


6º Pecado: traje noturno X traje diurno X traje passeio X traje chá
Se hoje nós  usamos apenas uma roupa um dia inteiro, imagine que na Era Vitoriana houve até oito trocas de roupas!
Então, se pretende fazer um traje, observe que tipo de traje ele é: para uso matinal, vespertino, para a hora do chá, para um baile...
Para facilitar, vamos focar apenas em trajes diurnos e noturnos.

Os trajes diurnos eram mais formais. Os masculinos costumavam ser monocromáticos e em tons sóbrios. Já as mulheres do século XIX, usavam trajes super fechados durante o dia, algumas vezes apenas com o rosto aparente.


O traje noturno masculino vitoriano pode ser o White Tie ou o Black Tie, dependendo da ocasião e época. Uma boa dica é: eles trajavam calças de cor clara ou neutra durante o dia e escuras à noite. 
Já as mulheres do século XIX, expunham mais o corpo à noite, especialmente colo, ombros e braços e os vestidos eram mais ricos, elaborados e super ostentativos.


Um curiosidade: os "vestidos chá" foram criados em fins do século XIX para que as mulheres pudessem usar vestidos mais soltos em casa, sem o espartilho.


7º Pecado: Reconstituição histórica confusa

O que consideraríamos um traje confuso?
Uma réplica de uma época muito rica e opulenta em tecidos muito sintéticos ou de qualidade inferior;
A falta da silhueta correta, como neste caso muito bem explicados no Moda de Subculturas: Dica de Moda Histórica: Silhueta Romântica (observe que os trajes são de releitura, mas mesmo assim, observe as silhuetas incorretas).
Misturar tecidos muito diferentes;
Misturar épocas diferentes como a parte de cima vitoriana e a de baixo medieval ou misturas de muitas épocas num mesmo traje. 
Com as dicas que demos acima, achamos que vai ser difícil você errar!

Observem esta bonequinha feita por Mara Sop, do site Fashion on Line, ela está usando um traje super confuso!
O vestido é lindo e perfeitamente Rococó mas não tem o volume do Panier, nem peruca característica da época, nem a maquiagem, o cabelo está sem época definida e ainda usa um laço estilo Belle Époque para crianças e adolescentes... não poderíamos considerar isso uma reconstrução de um traje de época mesmo o vestido estando perfeito. Este look se encaixaria na categoria releitura. 





Conclusão
Uma das vantagens de se ter ao menos um traje histórico fidedigno é que poderás usá-lo em vários eventos anuais fazendo com que compense seus gastos com a feitura do mesmo.
Roupas de época não são de nosso uso diário, então é fácil errarmos ou termos dúvidas ao criá-las, o que é normal, pois não estamos habituados a fazer tais roupas, mas com o tempo adquire-se conhecimento, prática e sabedoria através das pesquisas.

* Este post continua em "DICAS BÁSICAS PARA A REPRODUÇÃO DE UM TRAJE HISTÓRICO"
* Se você não pretende fazer uma réplica de traje histórico e sim, fazer releitura, que tal ler nossos posts sobre TUTORIAIS e TRAJES?

* Fontes de Pesquisa usadas para este post:
- A Pratical Guide for Costume Mounting
- http://www.erasofelegance.com/fashion/sewing.html
- http://www.aidan-campbell.co.uk/textiles.htm
- http://www.historicalseamstress.com/
- http://www.historyinthemaking.org/
- http://www.koshka-the-cat.com/ 
- http://www.replicawarehouse.co.uk
- http://historicalsewing.com/the-biggest-mistake-costumers-make


DIFERENÇA ENTRE LIVING HISTORY, HISTORICAL REENACTMENT E REVIVALISMO HISTÓRICO

LIVING HISTORY: Em tradução literal "História Viva".
É uma atividade que incorpora ferramentas históricas, trajes e uma apresentação interativa que busca dar aos observadores e participantes uma sensação de voltar no tempo. Não buscam necessariamente reviver um evento específico embora possam algumas vezes incorporar isto. 
É comumente usado como método educativo em museus, locais históricos e grupos que visam educar pessoas sobre períodos históricos, estilos de trajes, passatempos, artesanato ou simplesmente para transmitir a sensação da vida cotidiana de uma determinada época da história. Costuma envolver atividades cotidianas como cozinhar, limpar, assistência médica, habilidades específicas e artesanato. Dependendo do período histórico retratado, estes podem incluir costura, tear, tecelagem ou tapeçaria, tingimento de tecidos, cestaria, fazer corda, fazer couro, sapataria, soprar vidro, serralheria, entre outros. As técnicas são as mais autênticas possíveis.
No Living History, os participantes não seguem um roteiro pré estabelecido, mas existem dois tipos de interpretação entre seus adeptos: interpretação na primeira pessoa (a pessoa tem que incorporar o personagem até o fim do evento) ou em terceira pessoa (ela pode abandonar o personagem ocasionalmente para tirar dúvidas dos presentes).
Os grupos deste tipo de atividade se organizam em um acampamento ou área de um evento, tendo uma área separada para as atividades de reconstituição de combate. Como alguns eventos são didáticos, visando ensinar o público, é comum que as sessões de artesanato funcionem como "aulas práticas" aos visitantes.
O Living History pode ser uma ferramenta para educar as pessoas sobre temas históricos, pois dá aos visitantes uma sensação do modo de vida da época escolhida.



HISTORICAL REENACTMENT: Em tradução literal "Reconstituição Histórica".
É uma atividade educacional ou de entretenimento em que os participantes seguem um roteiro pré estabelecido para recriar aspectos de um evento histórico ou período, na maioria das vezes eventos cívicos ou um compromisso militar, um momento específico de uma batalha. 
Os reenactors gostam que seus trajes e atividades pareçam autênticos, interpretam personagens e seguem roteiro. Porém, os Reenactors mais exigentes por vezes ridicularizam os reenactors com roupas imprecisas, anacrônicas ou que fizeram pouca pesquisa histórica. Os reenactors valorizam a pesquisa completa e prezam por uma experiência de "imersão" nos eventos, tentando viver, tanto quanto possível, como alguém do período escolhido, o que inclui comer somente a comida da época ou da região, usar as roupas íntimas do períodos reconstituídos e "ser" o personagem durante todo o evento. A exigência por esta fidelidade histórica muitas vezes faz com que  os reenactors optem por fazer eventos menores ou em campos separados dos grandes eventos somente com a participação de outros reenactors exigentes.


REVIVALISMO HISTÓRICO: É o desejo ou tentativa de reviver costumes e tradições do passado.
O Revivalismo é uma tendência natural ocorrida nas artes e na sociedade que visa produzir escapismo, retomada e retorno à um período histórico e suas tradições, princípios e raízes tornando-se assim uma revolução retrospectiva para a nossa época. Age de modo positivo e restaurador, revive e preserva os hábitos aristocráticos. O Revivalismo não tem a obrigação de ser historicamente fiel porque o próprio nome já diz que "revival" é releitura. O principal componente do revivalismo é a nostalgia de uma época em que não se viveu, uma questão de imaginar como seria e reinterpretar livremente.
Originalmente os hábitos aristocráticos são os escolhidos para reviver - exatamente pela idéia de fuga dos males do presente e não como menosprezo aos pobres e nem como menosprezo à história. O Revivalismo tem um resgate parcial, idealizado e tende a resgatar apenas os acontecimentos considerados positivos do passado.






                                           Rommel Werneck

DIFERENÇA ENTRE REPRODUÇÃO, RÉPLICA, CÓPIA E RELEITURA


REPRODUÇÃO: Todas as medidas do modelo original (no caso, a roupa), assim como tecidos, materiais e técnicas, são seguidas à risca. Se uma peça foi feita à mão no século XIX, a reprodução também precisa ser feita à mão. Essas reproduções são mais comuns em museus de moda ou entre entusiastas da fidelidade histórica.



RÉPLICA - Embora alguns considerem sinônimo de reprodução, a réplica permite modificações nas medidas, tecidos, materiais (com inovações tecnológicas) e técnicas.
Ex: Se um vestido foi feito em linho na cor verde, é possível fazê-lo em algum outro tecido ou em outra cor. Se foi feita à mão antigamente, hoje pode ser feito à máquina. Nos exemplos abaixo, vemos réplicas de trajes da nossa loja parceira: Josette Blanchard Ateliê.


CÓPIA - É como uma réplica. Porém pode ser aplicada a produtos feitos em massa ou por muito tempo, como os corsets. Fazer corsets elisabetanos, vitorianos, eduardianos, etc é fazer cópias dos corsets do passado.



RELEITURA - É a atualização de uma peça ou de um estilo. Uma roupa do século XVIII pode ser relida e reinterpretada de acordo com a visão da pessoa sobre aquela época.
Abaixo, duas releituras de nossa loja parceira Dark Fashion: uma blusa masculina inspirada na Era Medieval e um corselet inspirado na Era Vitoriana.




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