ClockPunk é o nome do retrofuturismo da Renascença assim como SteamPunk é o retrofuturismo da Era Vitoriana. O traje usado por mim no II Picnic Vitoriano de São Paulo foi pensado na moda italiana do início do século XVI com toque clockpunk.
A Renascença é muito steampunk se pensarmos nos primeiros
modelos de submarino e helicóptero desenhados por Leonardo da Vinci, homem
célebre que me serviu de inspiração. A propósito, pretendo repetir o traje
porque gostei muito e quero usar mais acessórios e detalhes.
Este traje foi desenvolvido 100% de
customização. A camisa e a boina não foram customizadas, mas posicionadas de um
modo estratégico preparando o resto da roupa para 1515, então posso dizer que
apesar de não serem peças customizadas foram reutilizadas, isto é, usadas de
modo não-convencional para auxiliarem em todo o conjunto da obra.
Um simples e lindíssimo traje clockpunk feminino cujo
tutorial está AQUI:
A moda italiana na época:
A moda inglesa (túnica aberta para a braguilha/ codpiece):
Minha ideia era fundir os dois tipos,
acrescentar um toque retrofuturista porque montar releitura fora da ponte aérea
Era Vitoriana --- Era Eduardiana é coisa de Divo!
Ao tutorial em si!
1. CHEMISE
1. CHEMISE
É uma camisa social normal apertada na cor azul turquesa
com listras discretas. O ideal é usar uma camisa justa porque por cima virá uma
túnica e isto impede que você pareça gordo. Por outro lado uma camisa larga
também tem serventia pois as mangas ficarão bem bufantes.
A camisa azul tem bolso que está escondido pela túnica. A
linha histórica exige mangas bufantes e ausência de gola. No entanto, eu optei
por não fazer mangas bufantes pois como todos podem notar a camisa é listrada
tal como a túnica, sendo assim, "casou" a combinação. A gola mantive
porque as joias sobre o pescoço nu congelariam num dia que seria frio (mas que
foi quente!), então a camisa avançou uns aninhos.
2. TÚNICA
Evidentemente foi a
parte mais difícil. Trata-se de uma camisa originalmente num tom claríssimo de
rosa, mas tingi de marrom duas vezes até ficar completamente marrom.
LINHA
AMARELA: É onde você fará o corte. Originalmente ele foi feito entre o segundo
botão e o terceiro, mas opte por cortar mais alto (como na linha) para que o
segundo botão feche o decote. Mangas também são eliminadas. Se ficar largo pode fazer uma prega a
partir do decote.
LINHA BRANCA: É a silhueta que se será feita, nada a
cortar ou costurar aqyui, imagem meramernte ilustrativa.
LINHA AZUL: É onde faremos apliques. Em torno das
cavas costuramos uma fita de cetim, escolhi um ouro queimado. E na cintura
baixa aplica-se o tecido marrom que servirá de saia.
Saia. Feita através das pernas de calças sociais marrom. Meça a altura de onde começará sua saia (eu a fiz como cintura baixa, uns dedos abaixo do umbigo) e onde há de terminar (eu cobri os joelhos). Corte a parte da perna que corresponde a tal medida. Aí você abre a perna da calça na parte da costura overloque o que evita desfiar e também ganha-se mais tecido. Faça isso com umas outras três pernas de calça.
Próximo passo: costurar as tiras de tecido na camisa e também você pode fazer pregas falsas ou aproveitar as pregas originais das calças. O último passo é unir parcialmente as tiras com costura, parcialmente porque será impossível cobrir totalmente as fendas. Acha indecente? Volta pra Era Vitoriana, Oferenda!
Na frente, ao centro, há uma parte sem tiras, a camisa fica sem saia para que o codpiece apareça.
3. BRAGUILHA/ CODPIECE
Obtida com uma meia-calça originalmente branca (foto acima), mas depois tingida para azul (fotos e procedimento abaixo):
4. MEIA-CALÇA
É, na verdade, a primeira coisa que se
veste, como sempre digo o ideal é buscar uma meia-calça XG porque somos homens
e pedimos numerações grandes além do mais nossa genitália não é a mesma das
mulheres.
Mas a meia é a mesma usada no traje do séc XVIII (tutorial AQUI)
Mas a meia é a mesma usada no traje do séc XVIII (tutorial AQUI)
O
processo de tingimento foi muito simples, primeiro tingi com água fria + papel
crepon (balde acima), não ficou bom. Mantendo o papel crepon na água fria (pra
que tirar?), acrescentei corante turquesa e corante azul marinho, não usei
tudo, apenas metade do turquesa e 1/3 do azul marinho.
O resultado foi um azul turquesa levemente mais escuro que a chemise. Ficaram ótimas as meias (o codpiece também foi banhado). Clique na foto para ampliar.
O resultado foi um azul turquesa levemente mais escuro que a chemise. Ficaram ótimas as meias (o codpiece também foi banhado). Clique na foto para ampliar.
Sapatos sociais de sempre, porém receberam um adorno feito pelo casal Aradia. São duas palmilhas recortadas em formato ampulheta e revestidas de couro.
6. CASACO
Era um casaco de lã de minha tia finada. As mangas eram muito apertadas, de qualquer forma eu as cortaria. Fitas de cetim na cava.
7. JÓIAS
O mesmo crucifixo do ano passado, duas correntes adquiridas em antiquário, um binóculo customizado e uma tiara cujo tingimento começou a descascar e troquei pela boina do ano passado que recebeu seus goggles. O amuleto que segurava era um ralo de banheiro que achei sem querer numa loja de 1,99 e comprei de última hora, não tive tempo de amarrar em nenhum lugar.
8. LEQUE
Emprestado por Priscilla Fernandes. É o leque isabelino
usado por ela no Chá das Cinco. Veja o tutorial do traje isabelino AQUI.
Rommel Werneck do blog 'Stamos Kilts!
Nenhum comentário:
Postar um comentário